O EMDR (Terapia de Dessensibilização e Reprocessamento por Meio dos Movimentos Oculares) surgiu no final da década de 1980, nos Estados Unidos, pela cientista Francine Shapiro (1948-2019). É uma abordagem abrangente, integrativa, protocolada, empiricamente comprovada e reconhecida internacionalmente pela OMS (Organização Mundial da Saúde) e pela APA (American Psychological Association).
Certas experiências na vida são tão dolorosas que acabam sendo "congeladas" em uma parte profunda do nosso cérebro, como se fossem "pedras de gelo". Isso impede o processamento adequado de informações, provocando uma tempestade de pensamentos, emoções e sensações físicas desagradáveis, mesmo após semanas, meses ou anos do acontecimento traumático. Como o cérebro é um economizador de energia, ele coloca no mesmo bloco de gelo as experiências iguais ou parecidas ao evento, mesmo que de forma automática e não perceptível a nós.
O EMDR, portanto, promove o "descongelamento" das memórias difíceis, juntamente com os pensamentos, as emoções, as sensações corporais e as crenças negativas associadas, através da utilização de movimentos bilaterais para dessensibilização e reprocessamento. Assim, ocorre uma transformação neuroquímica, permitindo que a memória se torne mais adaptativa e funcional, livre de distorções. Através do processamento adaptativo da informação, lembramos do evento, mas não experienciamos as perturbações anteriores relacionadas à ele.
Como resultado, pela neuromodulação, o cérebro é capaz de encontrar os próprios recursos. Uma vez descongelada a memória, existe mais espaço para o aprendizado em níveis emocionais, cognitivos e fisiológicos. De acordo com a OMS, a remissão dos sintomas pelo EMDR é permanente.
Veja imagens cerebrais do tratamento com EMDR na aba POSTS (Antes e Depois do EMDR: Imagens de Tomografia).
Shapiro, F. (2017). Eye movement desensitization and reprocessing (EMDR) therapy: Basic principles, protocols and procedures. (3rd ed.). New York, NY: Guilford Press.
